Faz hoje, dia 19 de Novembro, treze 13 anos que nasceu,timidamente, o meu primeiro blogue
Seguiram-se mais 8 blogues. Este, aqui presente, é o último com o qual e com este texto termino a minha actividade de bloguer.
Foram muitas as alegrias, algumas lágrimas, mas, acima de tudo, muitas amizades.
Essas ficaram e estão vivas
È para elas que deixo o meu obrigado.
sábado, 19 de novembro de 2016
quinta-feira, 7 de julho de 2016
ETERNIZO
"...Os
meus olhos pousam em ti e todos os meus sentidos te olham num delirar
mútuo de atenção... Vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura...
Cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz... Ouço o
teu respirar lento, como um lamento que não lamento... As minhas
mãos tocam os teus cabelos e envolvem-se neles... Acerco-me de ti e
te toco... Te sinto global e ali inteira frente a mim... Beijo a
tua boca e tudo se torna como num festim de doces carícias e sabor a
sal... Estou inteiro no teu corpo inteiro e me sinto nele como sinto
o teu corpo em mim... É apenas um abraço, um enlace de braços que
apertam sem apertar, sentindo apenas o teu respirar... Minhas mãos
percorrem a tua pele acetinada linda... Fecho os olhos procurando
apenas sentir... E sinto o desejo crescer em mim e o teu arfar sobe
de tom... Como é bom... A minha boca se cola na tua boca e a minha
língua se funde dentro dela como se da tua se tratasse... É apenas
mais um enlace... Sinto o teu peito quente junto ao meu e beijo teus
mamilos num acto de procura da loucura... Loucura que me invade
lentamente, premente ali presente ou então como se tudo mais
estivesse ausente... Meus braços te envolvem e se descobrem momento
a momento como se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem...
Sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor, oferecendo-se como
numa espécie de orgia sem pudor... Minhas mãos tacteiam centímetro
a centímetro toda a tua pele, todos os recantos de teus encantos e
se encontram, de repente, sobre o teu ventre quente, dolente... Afago
tuas coxas e as tuas ancas e as aperto contra mim... Procuro o teu
sexo e o acaricio... Beijo-te completamente num único beijo e me
torno desejo do teu próprio desejo... Te envolvo num abraço mais e
te penetro... És tu que me possuis... Não te tenho, és tu que me
tens... Movimentos se entrelaçam como se não fossemos dois mas um
só... Os nossos corpos se fundem num arfar profundo de loucura... Já
não sei o que sou, apenas em ti estou... Eu sou tu e tu és eu numa
fusão de ser e estar... Na verdade és tu que me possuis, eu não te
tenho, és tu que me tens, em ti eu me dou...E em ti me eternizo..."
sábado, 4 de junho de 2016
EMBALAR
“…
deixa
enroscar-me nos teus braços… coloca tua mão na minha cabeça e
enrola os teus dedos nos meus raros cabelos… baixa um pouco a tua
fronte e beija a minha boca… deixa enroscar-me no teu colo…
sentir a tua maciez e ver de baixo para cima o teu sorriso… ver-te
junto a mim e saber-te ali comigo… de tal forma que quando olhas eu
sou o teu olhar… de tal forma que quando sorris eu sou os teus
lábios… de tal forma que quando me afagas eu sou a tua mão… de
tal forma que quando me tocas eu sou o teu corpo… de tal forma que
quando me olhas eu sou o teu olhar… deixa pousar o meu cansaço na
tua serenidade e sentir a tua paz na minha guerra… baixar as armas
e sentir a trégua na tenda que se ergue no deserto da batalha…
humedecer as mãos na brisa da água que corre no ribeiro que nos
circunda… lavar a cara na frescura do vento que nos embala…
sentir que nem tudo é real mas que o sonho nos preenche… sentir
que, por vezes, só o desejo chega, só o querer basta, só o pensar
nos satisfaz… deixa-me ser não só a realidade mas também o que
não somos… deixa-me olhar para dentro de ti e ver-me inteiro…
deixa-me tocar-te com o sonho e saber-me parte dele como sei que ele
é uma parte do meu eu verdadeiro…”
sexta-feira, 20 de maio de 2016
COLO
quarta-feira, 11 de maio de 2016
SINÓNIMO
“...
és sinónimo de paz, na palavra que me dás... és sinónimo de
beleza nesse olhar profundo sem mácula de tristeza... és sinónimo
de alegria no toque suave que em mim um teu sorriso cria... és
sinónimo de paixão quando disfruto o bater mais forte do meu
coração... és sinónimo de harmonia quando me beijas enlaçados em
sintonia... és sinónimo de luz quando no escuro da noite teu amor
me seduz... és sinónimo de serenidade quando no abraço matamos a
saudade... és sinónimo de ternura quando na partida o teu olhar em
meus olhos perdura... és sinónimo de puro amor quando nos afagamos
com a alma e os corpos sem pudor... és saudável loucura quando
sinto a nossa mútua procura e nos afogamos no delirar de um sentir
que tudo é tão simples quando sabemos porque é que nos estamos a
amar... és tudo o que um simples mortal busca na imortalidade que a
qualquer um ofusca no silêncio do grito que amaina a febre do ruído
que quebra tudo mesmo que fosse granito... és tudo o que o amor
busca no olhar, no toque, no beijo que de momento em momento se reduz
ao desejo, trazendo como prenda, tecido em flocos de doce renda, o
caminho percorrido como sempre desejado, obtido e que a luz em nossos
corações se acenda para num florir matinal ou num anoitecer normal,
o doce sabor nos acorde ou nos adormeça em profunda certeza que o
dia seguinte mais não será do que um novo fruir do amor que nos
envolve e a cada momento nos devolve na mais plena pureza do aceno
tão natural como há pouco sobre nós desceu... porque se te sinto
minha, sei que me sentes teu...”
domingo, 24 de abril de 2016
PERDURAR
sábado, 16 de abril de 2016
ESPELHO
“…torno-me
espelho de mim mesmo e a luz que em mim me toca, se reflecte no
exterior do meu ser… espalho o que sou no espaço em meu redor…
vejo-me diverso e dividido em milhares de partículas de luz, facto
que tanto me seduz… porém, receio quebrar-me em mil pedaços e
perder a magia destes meus ténues passos pelo mundo da fantasia…
elejo-me mentor de mim mesmo e, sereno, torno-me pleno daquilo que
sou: uma partícula apenas no meio do nada que me rodeia… mas a
minha imagem, por todos os lados dividida, semeia no espaço em que
me insiro tudo o que tenho por pouco que seja e eu sinto que a
verdade deste louco imaginar, mais não é do que o desejo de o ser,
de em mil imagens me tornar e… me dar…”
sexta-feira, 18 de março de 2016
AMOR DE LOBOS
"...seriam
cerca das 3 da madrugada quando na esquina da velha igreja daquela
velha aldeia lá muito ao norte, quase a perder de vista a sua
própria existência, se juntaram em silêncio 4 esbeltas mulheres de
longos cabelos à solta, todas elas vestidas de branco... um branco
alvo, como vestidas de noivas, sem véus nem grinaldas mas de
branco... sentia-se um vento meio gélido naquele campo verde que se
estendia para além das traseiras daquela velha igreja daquela velha
aldeia... mas não se notou qualquer tremor de frio em nenhuma
daquelas 4 esbeltas mulheres... a cor dos seus corpos roçava a cor
do leite que, momentos antes haviam bebido dum mesmo canado... seus
olhos negros, profundos, brilhavam quando os raios do luar daquela
lua cheia lhes batiam nas faces em todo o seu fulgor... era uma lua
grande, de prata, brilhando num brilho baço mas ao mesmo tempo
ofuscante... deram-se as mãos umas às outras e continuaram o seu
caminho... para trás ficava tão-somente um cheiro a flores... seus
pés estavam nus e pareciam caminhar por sobre a erva daninha daquele
campo verde... lá ao longe, um pouco mais para cima, divisava-se um
morro e no cimo desse morro uma frondosa árvore, erguia os seus
ramos numa espécie de posicionamento de espera e de aceitação...
como que esperando por elas e pronta a abraçá-las... o silêncio
era total e entre elas não se ouvia um único som... quem as visse
de longe para cá daquela velha igreja daquela velha aldeia, pensaria
que as 4 visões voavam ou pelo menos deslizavam... cada uma das que
ficavam na ponta levava um cesto de verga coberto por pano branco de
linho feito... e eis que chegaram aos pés da árvore... pousaram os
2 cestos de verga no chão e deram-se as mãos num círculo que
abraçou o tronco da árvore frondosa e num misto de magia a árvore
como que se baixou sobre elas como que as cobrindo num acto fálico
enquanto as suas folhas roçavam os seus corpos... dos cestos, depois
de terem desfeito o círculo, tiraram algo que não era visível aos
olhos dos outros seres humanos e que não era possível descrever...
entretanto, algures, num outro ponto daquela aldeia, deitado numa
cama de doces sonhos, um homem alto, bem constituído fisicamente,
com o corpo nu coberto de pelos negros, dormia e via-se que estava
possuído por algum sonho de lascívio prazer, pois notava-se através
da roupa da cama que o cobria que o seu sexo estava excitado e
algumas gotas de suor lhe cobriam o peito forte... repentinamente,
num passe de feitiço, esse "sonho" transportou-o para os
pés daquela árvore frondosa onde se encontravam as 4 mulheres
lindas vestidas de branco... ele olhou para ele mesmo e viu-se nu,
tal como viera ao mundo e ao ver aquelas mulheres instintivamente
levou as mãos numa tentativa de tapar o seu sexo erecto... a partir
desse momento aquele homem entrou num espanto e seus olhos não
queriam crer naquilo que estavam a ver... elas se começaram a despir
e apenas tinham aquele vestido branco sobre as suas peles acetinadas
cor de leite... e ele olhava... elas começaram a sorrir e os seus
sorrisos eram como um convite ao sonho... daqueles cestos retiraram
uns frascos que continham vários fluidos e começaram a untar os
seus corpos... e ele olhava e começava a compreender o que via...
elas o fizeram ver... uma se untava de mel, uma outra de untava de
leite puro de ovelha uma outra de água salgada do mar e a outra de
um creme que cheirava a jasmim... e ele não resistiu e o sexo se
tornou novamente erecto e o seu corpo parou de tremer... aqueles
corpos untados cintilavam quando os raios da lua cheia lhes batia na
pele e elas continuaram com o ritual... todo o seu corpo foi untado
incluindo os seios, o pescoço, as pernas,... apenas os cabelos
soltos ficaram secos... então, elas se aproximaram daquele homem e
se roçaram por ele de tal forma que o corpo dele ficou totalmente
embebido daquela mistura de fluidos...apenas as mãos dele ficaram
secas... e num acto quase que instintivo elas se deitaram no chão
sobre os vestidos brancos que faziam de leito, o leito do Amor, o
leito da procura do Amor, o leito da descoberta do Amor... e ele se
misturou com elas e começou a possuí-las, uma a uma, e também numa
mistura arbitrária de escolha... o seu corpo confundia-se agora com
o corpo delas e já não existiam 4 mulheres ali... apenas existia
uma única mulher onde ele se fundia numa escolha impossível... os
ventres juntavam-se e os costados também... ele as tomou por detrás
agarrando-se aos cabelos delas com as suas mãos possantes e puxava
as cabeças delas num misto de prazer e dor, de agonia e êxtase,
como se tudo se pudesse perder num só instante, numa avidez de gozo
indescritível ... de repente ele sentiu os diversos odores que o
cercavam e aos poucos foi deixando uma a uma até que ficou olhando
aquela que cheirava a mar... e, nesse momento, algo de mágico se
passou: um raio de luar atingiu-o e ele numa nova forma de sentir,
viu lentamente o seu corpo transformar-se em lobo, um corpo coberto
de pelo sedoso negro e brilhante ao mesmo tempo que a mulher que
cheirava a mar se posicionava como fêmea do lobo... e ele a agarrou
pelos cabelos puxando a sua cabeça para o seu peito e com firmeza a
penetrou fundo num acto de posse total, num acto de prazer
inimaginável onde a fusão foi possível tão-somente por magia... o
seu corpo ofegou e o instinto animal veio ao de cima e, no mesmo
momento em que lambia todo aquele mar, ele, num último uivo
lancinante de prazer, espalhou sobre ela todo o fruto do seu Amor...
então os corpos se misturaram e apenas se divisava um casal de lobos
fazendo Amor... os seus corpos não conseguiam parar e num espasmo
final ela se transformou em maresia, como que alva espuma misturada
com o fluído dele... então, naquele silêncio de corpos se amando,
um último uivo, não o dele mas o dela, se fez ouvir por aquela
encosta abaixo, no preciso momento em que os primeiros raios de sol
começavam ao longe, bem perto daquela velha igreja daquela velha
aldeia, a despontar... nesse momento, o homem acordou de repente na
sua cama e olhou e viu: uma mulher linda, vestida de branco, dormia
profundamente ao seu lado..."
sábado, 12 de março de 2016
PELA MANHÃ
"…
chegas pela manhã … logo a seguir ao último luar … e trazes
margaridas no teu sorriso … vens com os olhos brilhando pétalas …
e as mãos erguidas em ovação … trazes a paz no teu andar … no
compasso terno do teu coração … chegas pela manhã … logo a
seguir ao teu último sonho … resplandecente de ondas do mar …
trazes o sorrir de um beija-flor … trazes alegria, trazes amor …
vens com os lábios abertos ao mel … e os braços abertos ao abraço
… cantas, deliras de espanto … e esqueces o teu cansaço … és
serenidade doce do meu encanto … és luxúria do meu segredo … és
encanto que me tira o medo … és flor que me cobre como um manto …
chegas pela manhã … logo a seguir ao último luar … chegas pela
manhã … sem lágrimas, sem pranto … chegas pela manhã … num
gesto doce … do teu terno e suave amar..."
sábado, 16 de janeiro de 2016
FIRME
“…deixa-me
dizer-te o que me vai na Alma… deixa-me contar-te o que sinto
dentro de mim e mesmo fora de quem sou… dir-te-ia quem sou e o que
não sou… mas não consigo mesmo que tente dizer-te o que este meu
ser sente… é uma espécie de ausência de mim mesmo, uma dormência
velada que foge de mim em loucura forjada… quero entender quem fui,
quem sou e apenas e somente consigo querer dizer, porque contar, não
vou poder… deixa-me, no entanto, dizer-te quem não sou, dizer-te o
que não consigo ser e para isso já tenho forças dentro de mim para
te contar o meu não e o meu sim… contar que não sou quem gostaria
de ser porque o que quer que eu pudesse ser não seria, por certo,
aquilo que vive no meu coração… dizer-te o que me vai na Alma
seria fácil talvez se, com calma, pudesse entender a sua própria
forma… mas, nestes casos, não existe qualquer norma que possa
delinear um simples esgar que seja que possa gritar o que ela deseja…
mas sei que ela não é o que ela gostaria de ser porque o que quer
que ela pudesse ser não seria, decerto, o que mora em algo que nunca
fenece… poderia, pois, dizer-te mil coisas que nenhuma seria a
verdadeira… poderia pois esconder-te mil coisas que nenhuma delas
estaria oculta porque me sinto aberto… deixa-me dizer-te, porém,
que tudo o que vires em mim mais não será do que a imagem de alguém
que não consegue ficar aqui, alguém que quer sempre ir mais além…
uma meta que persigo a todo o momento, sem medo nem ressentimento…
uma ida em frente na busca do exacto momento em que, sereno, coeso e
firme sinta que sou o que do amor pleno em mim restou… ”
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