“… o
teu corpo perfeito, deitado no leito, de pura seda acetinada feito,
exalava o perfume perfeito… deixava antever, sem te tocar nem
sentir, o esbelto prazer de olhar para ele e bastar sorrir… mais
não seria necessário se a força do desejo se quedasse por ali…
mas a languidez da libido perfurava todo o sentido em te possuir…
aproximei-me de ti sem te olhar e sem que me visses… era apenas um
desejo que bastava que sorrisses para que eu parasse e não
prosseguisse… mas os teus lábios carnudos abriram-se em pétalas
desnudos e me sorriram num convite perfeito… o ardor estava ali, a
teus pés e meu corpo teceu o desejado amor de tudo o que depois
aconteceu… volteámos a alma, os sentidos, a voz rouca, o arfar da
pele, o toque no teu mar e o saboroso doce a mel… perfurei tuas
entranhas em doces movimentos com forças tamanhas que te fizeram
sugar teus próprios gemidos… a doçura perdura dentro de nós e
antevê-se nos nossos olhos o desejo de, novamente, a sós, voltarmos
a ser um só corpo e um só desejo num derradeiro lampejo de profunda
paz… o deleite do amor que ele nos traz…”
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