“...
não penses que sabes tudo ou que sabes que podes tudo saber... nada
se consegue saber apenas com a aprendizagem... é preciso buscar, é
preciso viver, é preciso sentir, ser e estar... nada se consegue
saber apenas com o olhar... é preciso ouvir, tocar, cheirar… usa
todos os meios ao teu alcance para que um lampejo de sabedoria surja
perante ti, mesmo os meios que não possuis, ou seja, usando a
sabedoria dos outros, daqueles que têm algo para te dizer, para te
contar, para te oferecer... depois, lança esse conhecimento no teu
ser... cozinha-o com todos os ingredientes que possas arranjar e
tenta um lume brando usando o teu instinto... o produto final será
teu e de mais ninguém... foste tu que o obtiveste com o teu
trabalho, com a tua busca, com o teu empenho e não só com o que te
deram... depois, prova esse produto e digere-o com prudência e com
lentidão... porém, sempre que possas, usa um pouco de loucura,
dá-lhe um toque final, impõe-lhe a tua marca e oferece-o a quem o
procura... não o retenhas pois de nada te serve guardado no sótão
da tua memória... areja-o e reparte-o com os outros... a seguir,
procura novo saber... e repete o processo...”
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