“…deixa-me
dizer-te o que me vai na Alma… deixa-me contar-te o que sinto
dentro de mim e mesmo fora de quem sou… dir-te-ia quem sou e o que
não sou… mas não consigo mesmo que tente dizer-te o que este meu
ser sente… é uma espécie de ausência de mim mesmo, uma dormência
velada que foge de mim em loucura forjada… quero entender quem fui,
quem sou e apenas e somente consigo querer dizer, porque contar, não
vou poder… deixa-me, no entanto, dizer-te quem não sou, dizer-te o
que não consigo ser e para isso já tenho forças dentro de mim para
te contar o meu não e o meu sim… contar que não sou quem gostaria
de ser porque o que quer que eu pudesse ser não seria, por certo,
aquilo que vive no meu coração… dizer-te o que me vai na Alma
seria fácil talvez se, com calma, pudesse entender a sua própria
forma… mas, nestes casos, não existe qualquer norma que possa
delinear um simples esgar que seja que possa gritar o que ela deseja…
mas sei que ela não é o que ela gostaria de ser porque o que quer
que ela pudesse ser não seria, decerto, o que mora em algo que nunca
fenece… poderia, pois, dizer-te mil coisas que nenhuma seria a
verdadeira… poderia pois esconder-te mil coisas que nenhuma delas
estaria oculta porque me sinto aberto… deixa-me dizer-te, porém,
que tudo o que vires em mim mais não será do que a imagem de alguém
que não consegue ficar aqui, alguém que quer sempre ir mais além…
uma meta que persigo a todo o momento, sem medo nem ressentimento…
uma ida em frente na busca do exacto momento em que, sereno, coeso e
firme sinta que sou o que do amor pleno em mim restou… ”
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