“...
não existe forma de se provar ao ser que amamos que o amamos... não
há sinais, nem falas, nem gestos, nem toques, nem palavras... não
existe nada que possa significar ou ter o sentido de dizer e provar
ao ser que amamos que o amamos... se não existe então forma de o
fazermos, como podemos provar ao ser objecto do nosso amor que o
amamos?... não podemos provar!... e não podemos provar porque não
existe forma de o fazer, logo só o conseguimos amar se na verdade o
amarmos... e é amando-o nas mais pequeninas coisas que, sem provar,
lhe vamos dizendo que o estamos a amar... é preciso que o ser que é
amado sinta que é amado e essa é a única forma desse ser ter a
certeza que é amado... quem ama não pode provar que ama mas quem é
amado sabe sentir que o é... logo, a forma de provarmos que amamos o
ser que amamos é este ser sentir que é amado... e só este ser que
é amado saberá entender a verdade do nosso amor... e então, aí
sim, ele saberá que é amado nas mais pequeninas coisas que
fizermos, que dissermos, quando tocamos, quando gesticulamos, quando
lhe enviamos um sinal, um olhar, uma forma do nosso próprio estar
que nos é peculiar e único quando estamos a amar esse ser... o ser
amado saberá que o é mesmo que quem o ama não o consiga provar,
nem metafórica nem fisicamente... amamos com o nosso sentir, com o
nosso coração, com o nosso corpo e com a nossa Alma, mas todos
estes elementos são refutáveis, logo só o outro, quem é amado,
saberá distinguir do nosso sentir, do nosso coração, do nosso
corpo, da nossa Alma, os elementos comprovativos do amor que por ele
nutrimos... como sempre disse, amar é dar, logo só quem recebe é
que sentirá essa dádiva... é pois, dando-me-te por completo, que
te amo... é pois, recebendo-me por completo que sentirás o meu
amor...”
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