“...
pedi para ver o invisível e deram-me a cegueira... pedi para ouvir o
inaudível e obtive o silêncio... pedi para tactear o nada e
consegui o caos do tudo... pedi sempre o que quer que fosse que me
viesse à ideia e o retorno era sempre o oposto... a conclusão óbvia
era não pedir ou então pedir apenas o real, o vivo, o palpável, o
som, a luz, a beleza... nunca tive a certeza se terá sido a melhor
opção... mas a verdade é que a partir do momento em que pedi
apenas o viável, as coisas se tornavam passíveis de obtenção...
pedi amor e tive-te... pedi um beijo e saboreei-te os lábios... pedi
um abraço e amornei meu corpo na tua sedosa pele... pedi um toque e
tive-te completa... pedi um olhar e consegui a imagem real... pedi um
som e ouvi tua voz num doce dizer que me amas... pedi-te presente e
tenho-te em mim por completo... pedi uma ternura e senti amor... pedi
apenas o que podia obter e nada me foi por ti negado... senti-me
preenchido pelas mais pequeninas coisas que de tão pequeninas se
tornam no todo tão desejado... pedi para te amar e senti-me amado...
que mais te posso eu pedir que já não me tenhas dado?...”
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